João Xerri nasceu em 1947, na República de Malta. Aos 27 anos, em 1974, veio para o Brasil. Recém ordenado padre dominicano, morou no município de Faxinal, diocese de Apucarana, no Paraná, onde teve os primeiros contatos com a experiência das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Em 1977 iniciou o mestrado de Teologia Pastoral na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, passando a ter contato com os teólogos da libertação Leonardo Boff, Clodovis Boff e João Batista Libânio. No Rio, trabalhou na favela de Chapéu Mangueira. Em 1980, chega a São Paulo, sendo eleito prior do convento dos dominicanos do bairro das Perdizes, assumido, em seguida, a função de pároco de São Domingos e o cargo de assistente da Renovação Cristã do Brasil, movimento da Ação Católica. À frente da paróquia de São Domingos, democratizou as estruturas eclesiásticas, criou o Bazar da Amizade, que, ainda hoje, é realizado.  Neste período, começa a frequentar a zona Sul de São Paulo e a fazer contatos com a oposição sindical. Foi fundador do Grupo Solidário São Domingos, o qual estabeleceu relação entre o Brasil e a África do Sul, contribuindo para a luta contra o apartheid e pela libertação de Nelson Mandela. A partir de 1982, tornou-se vice provincial dos dominicanos do Brasil. Foi nomeado, em 1986, promotor de Justiça e Paz dos dominicanos da América Latina e do Caribe. Em 1993, passou a editar a versão brasileira da Agenda Latino-Americana. Foi membro do Clamor (Comitê de Defesa dos Direitos Humanos para os Países do Cone Sul) e nos anos 1990 criou o movimento Clamor por Timor. Assumido defensor dos direitos humanos, defendeu os refugiados do Haiti, visitou os índios em Chiapas, no México, em 1998, sendo um motivador da solidariedade internacional.